O secretário de Estado da Juventude e do Desporto disse quinta feira à noite que o acórdão do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) confirma “os factos graves” na conduta do ex-selecionador Carlos Queiroz.
Laurentino Dias, que falava durante a Gala do Centenário da Associação de Futebol de Lisboa, frisou que o CJ reconheceu os “factos graves” imputados a Queiroz, tal como ele próprio os tinha qualificado quando remeteu a queixa para a FPF, em julho.
O governante, que leu hoje o acórdão do Conselho de Justiça da FPF, deixou ainda subentendido que o caso Carlos Queiroz não transmite uma imagem negativa para a Candidatura Ibérica (Portugal/Espanha) à organização da fase final do Mundial 2018 ou 2022 de futebol.
“As coisas são lineares e transparentes e nada afeta o que quer que seja”, afirmou o secretário de Estado com a tutela do desporto.
Laurentino Dias disse ainda que, antes da queixa apresentada à FIFA por Carlos Queiroz, despedido pela FPF a 9 de setembro, “a secretaria de Estado da Juventude e do Desporto tinha enviado o processo” ao organismo máximo do futebol mundial, bem como “à Procuradoria Geral da República”.
Laurentino Dias sublinhou as conclusões do acórdão do CJ: “O arguido, proferindo as frases que proferiu na qualidade de selecionado nacional de futebol em exercício e nas circunstâncias em que proferiu tais palavras, agiu, violando de forma grosseira, as mais elementares obrigações desportivas e de ética”.
Acentuou que Carlos Queiroz apenas “não é punido porque o processo prescreveu”.
O CJ da FPF deliberou hoje anular a suspensão de um mês e uma multa pecuniária aplicada pelo CD a Carlos Queiroz, na sequência de um controlo antidoping em julho, no estágio da seleção nacional na Covilhã, durante a preparação para o Mundial da África do Sul.
Carlos Queiroz foi acusado de perturbar o procedimento dos médicos durante um controlo, tendo sido ainda castigado com seis meses de suspensão pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).